O Filme “Si puó fare” em tradução livre “Dá pra fazer” do diretor Giulio Manfredonia relata a história cooperativas que surgiram na Itália que tem como alicerce doentes mentais esquecidos pela sociedade. No início do filme verifica-se pacientes sonolentos e sem forças para realizarem as atividades devido as dosagem excessiva de remédios a negação da psiquiatria que aprisionava em manicômios, faz com que o movimento, iniciado por Franco Baságlia (ex sindicalista), priorize a inclusão do diferente na sociedade. Baságlia percebe nos pacientes habilidade e propõe que desempenhem funções que melhor se encaixem a capacidade de cada um. Surge, nesse momento, uma equipe de trabalho que planeja, negocia, desempenha a atividade de colocação de parquet, contabiliza os gastos e lucros, que são divididos igualmente entre os membros. A partir desse momento, o paciente de saúde mental passa a ser um sujeito com potencialidades, direitos e deveres, passa a controlar sua vida e aprende a manipular e utilizar o seu dinheiro. Passa a ser “enxergado” na sociedade, reconhecidos pelo trabalho e não por coitados que devem viver enclausurados. Reduzem-se as dosagens da medicação, consequentemente os seus efeitos. Começam a namorar, a sair em festas e a se relacionar com o sexo oposto. Criamos a imagem de que o doente mental é um pobre coitado e digno de pena. Mas não são. São sujeitos que por condições genéticas e sociais, desenvolveram distúrbios mentais que lhes limitam de alguma forma, mas jamais os tornam incapazes, os tornam diferentes! São antes de tudo seres humanos com direito a vida, e vida digna, direito à moradia, trabalho e outros. É nítido que os cooperados enfrentam dificuldades ao longo da vida como o caso de Sergio que comete suicídio após uma desilusão amorosa, mas vale ressaltar que esse ato não está atrelado a sua condição mental, o doente mental tem condições de gerenciar sua vida, como cada um de nós o faz, da maneira que consegue e isso é claro no filme