Sexualidade na gestação
Inicialmente, importa lembrar que, pelas características peculiares do exercício da sexualidade por seres humanos, nossa espécie é a única onde, rotineiramente e generalizadamente, praticam-se relações sexuais durante a gestação. Embora em algumas outras espécies de mamíferos, principalmente antropóides, houve descrição de casos esporádicos de relações sexuais na gestação, no geral podemos dizer que o exercício da sexualidade com fins não reprodutivos, como é o caso da relação sexual na gestação, é uma característica fundamentalmente humana. Entretanto, esta prática não ocorre tão pacificamente e de forma impune como seria de se esperar, tendo-se em vista a grande influência dos fatores sócio-culturais, psicológicos e biológicos envolvidos. A discussão sobre o tema ainda difere entre vários autores, não somente quanto à incidência, mas também quanto aos períodos da gestação mais atingidos e até mesmo quanto às características próprias de cada gestante. A gestação é considerada por muitos autores como um fator modificador da resposta sexual das mulheres e de seus parceiros. MASTERS Y JHONSON (1976), referiam que as alterações da resposta sexual feminina ocorriam prevalentemente no primeiro e no terceiro trimestre da gestação, especialmente em primíparas, sendo poupado o segundo trimestre, onde colocam que pode haver até mesmo uma melhora das condições de desempenho sexual. Outros autores, como Maccary, referem não encontrarem alterações da resposta sexual durante este período. Já Vitiello & Tedesco referem alterações da resposta numa distribuição crescente e linear com o decorrer do primeiro trimestre da gestação, podendo haver melhora das condições do exercício da sexualidade. Dentro destes variados conceitos, é possível e necessário distinguir os fatores que desencadeiam as alterações da resposta sexual humana na gestação, diferenciando os