Sexualidade em diferenntes culturas
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Uma das questões fundamentais da antropologia é o estudo da constituição do ser humano como um produto de processos concretos de relações entre os indivíduos e entre estes e a natureza. Sob esta perspectiva , nos estudos antropológicos não há lugar para uma natureza humana originária de atos impulsivos , insights espetaculares e fenômenos mágicos que regeriam as condutas dos indivíduos a partir , tão somente , de suas características biológicas. De acordo com o antropólogo Marshall Sahlins (1976), a biologia humana não é um conjunto de imperativos absolutos : é maleável e apresenta enorme plasticidade se comparada com o determinismo a que estão sujeitos os animais. O meio ambiente e a cultura alteram o caráter biológico da sexualidade humana. A biologia , embora seja condição absolutamente necessária para a cultura , é também absolutamente insuficiente e incapaz de especificar as propriedades culturais do comportamento humano ou suas variações de um grupo para outro.
Por sua vez , o antropólogo Luiz Mott afirma que "a realidade sexual é variável em diversos sentidos. Muda no interior dos próprios indivíduos , dentro dos gêneros , nas sociedades , do mesmo modo como difere de gênero para gênero , de classe para classe e de sociedade para sociedade. Não existe uma categoria abstrata e universal de erotismo ou de sexualidade aplicável para todas as sociedades. O perigo de se imaginar a existência de um "biologismo" é que pode legitimar perigosas atitudes normativas para a sexualidade , rotulando certas condutas como naturais e outras como desviantes ou antinaturais ".
As diferentes áreas de estudo da antropologia permitem analisar a grande diversidade social e cultural que cria , organiza e dá continuidade à história da vida humana. A sexualidade é um dos temas desse enfoque que ao ser pesquisada e analisada, revela seu caráter polimorfo nas sociedades. Por exemplo , distintas teorias antropológicas concordam que em algumas culturas há atributos sexuais