setor de qualidade na construção civil
Historicamente, o setor de edificações no Brasil sempre exibiu características muito diferentes daquelas observadas em quase todos os outros ramos da indústria, notadamente no que diz respeito ao uso intensivo de equipamentos e de tecnologias modernas de produção. Em pouco mais de quatro décadas, muitas das nossas indústrias alcançaram escala significativa, passaram a ter competitividade internacional e disponibilizaram, no mercado interno, uma linha variada de produtos de boa qualidade e elevado conteúdo tecnológico.
No extremo oposto, a construção civil continuou a praticar técnicas rudimentares de produção, em processos quase artesanais, de baixíssima produtividade, à exceção de alguns empreendimentos de grande porte desenvolvidos no âmbito do setor da construção pesada. No entanto, essa defasagem vem sendo rapidamente recuperada, especialmente na última década, sob os efeitos daquilo que se convencionou chamar de “mecanização dos canteiros”. Essa mecanização, materializada principalmente na utilização de equipamentos de movimentação e transporte (vertical e horizontal), no emprego de formas e escoras reutilizáveis e planejadas, na aplicação de grandes peças pré-fabricadas e no uso de materiais ou componentes concebidos para manuseio automatizável, tem produzido resultados notáveis.
Os mais visíveis são a melhoria de qualidade final das moradias, a diminuição do prazo das construções, a redução no desperdício de materiais e a melhoria geral da produtividade, possibilitando o aumento na escala de produção e a redução dos preços de venda. No processo rudimentar utilizado anteriormente, o prazo médio de conclusão de uma obra no Brasil era quase três vezes superior ao observado nos EUA e cerca de 50% maior que o alcançado nos países da União Europeia, se considerados, simultaneamente, os tempos de desembaraço dos terrenos e de licenciamento das obras.
O uso intensivo de mão de obra pouco qualificada resultava em