Sete Quedas
9 de junho de 2005 o Real se valorizou 20% frente ao dólar. As exportações, no entanto continuam a registrar volumes recordes. O que estaria acontecendo? Para entender o movimento das exportações, fizemos um levantamento de janeiro de 1977 até os dias de hoje, identificando sete movimentos de queda do volume exportado acumulado em 12 meses.
A grande força motriz das exportações, seja nos períodos de crescimento, seja nos períodos de redução são os produtos manufaturados. Com uma rara exceção num universo de 15 períodos analisados, os manufaturados foram os que mais contribuíram para o aumento e para a queda das exportações. O mecanismo de relação entre a valorização do câmbio e queda nas vendas externas de produtos manufaturados é mais complexo do que se pode imaginar à primeira vista, pois existe um espaço de tempo entre a valorização do câmbio e o efetivo impacto na volume exportado. Isto porque, em primeiro lugar, os contratos de exportação são definidos com antecedência de 6 meses a um ano. Além disso, a valorização do câmbio inicialmente provoca um aumento no preço dos produtos exportados, pois os parte dos produtores nacionais conseguem renegociar os contratos para recompor as margens perdidas pela valorização cambial ou descontinuam os embarques de produtos mais baratos, com menor margem.
No princípio, o efeito sobre a receita total das exportações é positivo: tem-se os preços subindo e a quantidade caindo, mas o resultado final é positivo, pois a queda de volume é compensada pelo aumento de preços. Com o passar do tempo, os compradores do mercado internacional acabam encontrando produtores em outros países que não tiveram a mesma valorização cambial e que