Serviço social
Maiara Pinheiro
É muito recente- datando da segunda metade dos anos noventa do século do séc. xx- o debate sobre o que vem sendo denominado de projeto ético-político do Serviço Social. O caráter relativamente novo desta discussão revela-se na escassa documentação sobre o tema.
Justifica-se, a luta pela democracia na sociedade brasileira, encontrando eco no corpo profissional, criou o quadro necessário para romper com o quase monopólio do conservadorismo no Serviço Social: no processo da derrota da ditadura se inscreve a primeira condição- a condição política para a constituição de um novo projeto profissional.
No entanto, o texto tem por objetivo oferecer elementos que contribuam para a compreensão e a implantação desse projeto. A construção desse projeto no marco do Serviço Social no Brasil, foi iniciada na transição da década de 1970 à de 1980. Este período marca um momento importante no desenvolvimento do conservadorismo profissional. É neste processo de recusa e crítica do conservadorismo que se encontram as raízes de um projeto profissional novo, precisamente as bases do que se está denominando projeto ético-político.
Não há dúvidas de que o projeto ético-político do Serviço Social brasileiro está vinculado a um projeto de transformações da sociedade. Esta vinculação se dá pela própria exigência que a dimensão política da intervenção profissional impõem. Nosso projeto ético-político é bem claro quanto aos seus compromissos. Ele tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor ético central- a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolher entre alternativas concretas; daí um compromisso com a autonomia, a emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais. Consequentemente, o projeto profissional vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação ou exploração de classe, etnia e gênero.