Serviço social
Olegna de Souza Guedes***Este artigo é uma condensação de parte do terceiro capítulo, devidamente revisado, da Dissertação de mestrado apresentada à PUC-SP em 2000.
**Assistente social, professora do Departamento de Serviço Social da UEL, licenciada em filosofia pela USP-SP, doutoranda em Serviço Social pela PUC-SP.RESUMOO texto pretende mostrar a influência da concepção de homem veiculada pela doutrina da Igreja Católica, nas primeiras formulações teóricas do Serviço Social no Brasil. Partimos da premissa de que esta concepção inspira um projeto societário e a idealização de uma prática profissional que pretendia ser confluência de doutrina e técnica, a serviço da construção do bem comum. Mostramos que uma das fontes teóricas a partir das quais se constrói atuação profissional a preocupação com a formação profissional, ainda incipientes, é a análise de aspectos constitutivos da pessoa humana na perspectiva neotomista. Palavras Chaves: pessoa humana, neotomismo, doutrina católica, sociedade, prática profissional, formação moral.INTRODUÇÃO Pesquisando as publicações dos primeiros assistentes sociais1 nos periódicos “Serviço Social – Órgão Doutrinário, Técnico e Informativo” (período de l939 a 1940) 2, observamos uma constante preocupação com um projeto societário que viesse a amenizar os efeitos nefastos do capitalismo, com a formação profissional, com a definição do objetivo e da prática do Serviço Social. Estas preocupações centralizavam-se no necessário respeito à pessoa humana e referiam-se à concepção de homem postulada pela perspectiva da filosofia neotomista preconizada pela Igreja Católica, naquele momento histórico. Nossa proposta, neste estudo, é analisar estas preocupações, sinalizando as concepções de homem a que se referem. Entendemos que é um estudo necessário à compreensão dos fundamentos filosóficos que subsidiaram a compreensão teórica dos primeiros