SERVIÇO SOCIAL
- GOLDWASSER, M. J. “Cria Fama e Deita-te na Cama”: um Estudo de Estigmatização numa Instituição Total. In: VELHO, Gilberto (org). Desvio e convergência- uma crítica da patologia social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
-ROUDINESCO, E. A Família do Futuro. In: A Família em Desordem. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
O texto de Goldwasser visa mostrar um sistema de relações sociais pautado numa modalidade de categorização estigmatizante. O estigma se torna uma marca, uma ação, uma classificação social para um determinado grupo ou indivíduo, uma desarticulação, onde a perturbação física de um ser que precisa ser evitado, fundamentalmente depreciativa que tende a desqualificar o outro, com o objetivo de diferenciá-lo dos demais. A ideia de estigmatização aproxima-se da noção de desvio social, a classificação de grupos desviantes pode ser também considerada como um processo de estigmatização, de um lado, grupos rotulados ou estigmatizados como “desviantes” e do outro lado, grupos considerados “normais”.
Os dados foram levantados numa Instituição destinados à “recuperação de prostitutas”, o Abrigo Feminino, fica evidente que nessa instituição existe um sistema de subordinação- dominação. No período da pesquisa havia mulheres grávidas, em fase de aleitamento e sós, a presença e a destinação a prostitutas parecem constituir um dogma na instituição. As mulheres que estavam nessa instituição eram rotuladas como impuras, uma ameaça social, agressivas, etc. A vida diária das internas é rigorosamente preenchida com uma série de atividades que tiram toda a privacidade e a esfera de decisão pessoal. Na instituição foi analisada a experiência social onde desviante e normais se encontram participando de um mesmo sistema de organização. É evidente que essa instituição é uma instituição total, fica claro que existe um dispositivo discriminatório, criando desde o espaço geográfico uma área social reservada à segregação de categorias que se pretende