SERVIÇO SOCIAL
Gestores Sociais – Competências, habilidades e atitudes
Por Jane Cruz Prates1
Para iniciarmos nossas reflexões sobre competências, habilidades e atitudes de gestores sociais entendemos como fundamental demarcarmos o lugar de onde falamos, os valores que orientam nosso olhar, a interpretação que realizamos sobre o processo de gestão como tal e, ao problematizá-lo, desvendando seus desdobramentos, as competências, habilidades e atitudes vão surgindo como elementos que lhe são constitutivos.
1. O lugar de onde falamos:
Antes de tudo é necessário contextualizar o lugar de onde falamos, que valores, experiências, cultura, prioridades permeiam nossa razão e sensibilidade. Falamos como pessoa e como profissional – como brasileira, localizada histórica e socialmente, num país que, embora esteja em processo de aprimoramento de seus espaços democráticos, ainda mantém níveis significativos de desigualdades sociais, dependência, subdesenvolvimento. Falamos também como assistente social que orienta seu processo de trabalho por um projeto ético político inspirado no paradigma dialético crítico, portanto por uma visão de homem sujeito, de sociedade contraditória e de classes, que busca a superação de uma racionalidade técnica por uma racionalidade ética (Buarque
1994). Aprofundaremos mais adiante esses aspectos fundamentais ao desenvolvimento de qualquer processo de trabalho, onde se incluem os processo de gestão, em especial a gestão do social.
Orientamos nossas produções a partir do paradigma materialista, histórico e dialético direcionado a contribuir para a construção de uma nova sociedade, para o fortalecimento da democracia, ampliação dos canais de participação popular, luta intransigente pelos direitos humanos e sociais, o que passa necessariamente pelo direito a autonomia dos povos e das pessoas, o respeito à diversidade e à dignidade, o reconhecimento da desigualdade e o compromisso com o seu