serviço social
Narah Cristina Maia Teixeira1
No fim da década de 60 e início da década de 70, o capitalismo entra em uma crise que põe fim aos seus “30 anos gloriosos”2. O aumento do valor da matéria-prima, os altos índices de inflação, uma série de falências, as crises bancárias, a crise do petróleo 1973/743, a queda na taxa de lucro foram sinais importantes de que o sonho havia terminado.
Nesse ínterim, o capitalismo inicia um processo de transição que o faz ganhar novas configurações e contornos. De fato, nas últimas três décadas do século XX e limiar do século XXI, o sistema do capital vem assumindo uma versão tardia, financeira, mundializada, complexa, em que a crise é uma constante.
De acordo com MANDEL (1985), a partir da década de 70, tem-se início a uma nova fase do capitalismo a que denomina de capitalismo tardio, caracterizada pelos processos de globalização dos mercados e do trabalho, pela intensificação dos fluxos internacionais do capital, pelos processos de financeirizaçãoda economia.
A rigor, em tempos de capitalismo contemporâneo, Chesnais (1996) identifica o fenômeno da mundialização do capital numa fase de dominância financeira. De fato, o capital produtivo, comercial e financeiro vem superando as barreiras nacionais - o que exige um contexto necessariamente desregulamentado – em busca de sua acumulação ininterrupta em escala mundial. Cabe destacar que, nesse contexto, a esfera financeira passa a ser campo privilegiado na obtenção de lucros,através da forma dinheiro gerando mais dinheiro (D – D’), ou seja, por meio de um valor que valoriza a si mesmo, sem passar pela mediação da produção e da comercialização de mercadorias. Ressalte-se que essa autonomia da esfera financeira é relativa, uma vez que os capitais, que se valorizam nesta esfera, advêm dos setores produtivos com a produção de mais-valia. Em verdade, a riqueza produzida na esfera produtiva não é nela