Serviço social
A União Europeia enfrenta atualmente uma crise financeira, económica, política e social sem precedentes desde a sua fundação. Num quadro de uma política de forte austeridade, assinala -se, nos seus Estados-Membros, um aumento de dois milhões de pessoas em situação de pobreza, bem como o agudizar das desigualdades sociais, situação que compromete a execução da meta da redu ção da pobreza definida na Estratégia “Europa 2020”.
É consabido que a grave crise que Portugal atravessa, neste contexto, tem agudizado os problemas sociais de forma generalizada e trazido fortes restrições para dar -lhes resposta. A Associação dos
Profissionais de Serviço Social (APSS), já na Declaração de Almada i, aprovada no seu II Congresso
Nacional, realizado em 2010, manifestava preocupação com as reformas políticas e as medidas de austeridade em curso, particularmente com as que incidiam no campo da s políticas sociais. A APSS vem, no atual contexto, reiterar, de forma redobrada, tais preocupações, em especial no que se refere à elevada taxa de desemprego e ao seu impacte, ao agravamento da pobreza nas populações mais vulneráveis (crianças, mulheres, idosos, doentes crónicos e deficientes), à degradação da coesão social, à desproteção social decorrente das restrições no acesso a prestações sociais e serviços públicos, e ao reforço das medidas de cariz meramente assistencialista.
A elevada taxa de desemprego registada em Portugal ii, assim como as assinaláveis restrições nas condições de proteção social no desemprego, trazem repercussões gravosas para as pessoas, famílias e para a própria capacidade produtiva do país. O elevadíssimo desemprego jovem traz u m sentimento generalizado de falta de horizonte futuro para concretizar planos de vida autónomos, levando muitos a decidir emigrar e/ou a adiar planos futuros, num sinal claro de profunda desesperança.
As fortes restrições