serviço social
Henrique Rattner [2]
Eu estava com fome e você pesquisou os efeitos da Revolução
Verde e dos alimentos geneticamente modificados
Eu estava sem teto e você estudou as favelas e os cortiços
Eu estava desempregado e você discutiu sobre o mercado informal de trabalho
Eu estava doente e você falou sobre as conquistas da medicina e a melhoria na expectativa de vida
Você estudou todos os aspectos de minha vida – e eu, continuo com fome, doente, desabrigado e sem emprego...
(de autor anônimo)
1. Introdução
A crescente preocupação com a elaboração de indicadores sociais, considerados instrumentos de planificação governamental, surge num momento crítico da história contemporânea, em que o ceticismo e a desilusão a respeito do crescimento econômico, tal como apregoado e definido durante três décadas, se expandem rapidamente e permeiam largos círculos acadêmicos, políticos e administrativos.
Durante mais de um quarto de século, o crescimento econômico tinha sido apresentado como meta e valor supremo para as sociedades ocidentais e orientais, desenvolvidas e subdesenvolvidas. À tamanha exaltação do aumento da produção material estavam subjacentes as seguintes premissas:
a) o crescimento econômico seria um processo linear, quantificável e de duração praticamente ilimitada;
b) seu êxito asseguraria, necessária e inevitavelmente, o “progresso” ou o desenvolvimento social e político;
c) problemas e tensões, na medida em que surgissem no decorrer do processo, representariam apenas crises efêmeras da fase inicial de crescimento, a serem superadas pela própria dinâmica do sistema econômico, dirigido de forma racional e competente pelos políticos e tecnocratas–planejadores;
d) o planejamento – técnica “científica e apolítica” de mudança dirigida, seria o instrumento mais adequado para assegurar o sucesso dos planos e a consecução das metas e objetivos.
A crença na validade