Serviço social
O livro narra, inicialmente, a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso. Bertoleza representava agora ao lado de João Romão o papel tríplice de caixeiro, de criada e de amante. Mourejava a valer, mas de cara alegre; às quatro da madrugada estava já na faina de todos os dias, aviando o café para os fregueses e depois preparando o almoço para os trabalhadores de uma pedreira que havia para além de um grande capinzal aos fundos da venda. (p.17) Através destes trechos podemos perceber as condições de escrava que ela vivia, e é importante ressaltar ainda que, o contexto social da época, século XIX marcado pelo advento da sociedade burguesa, advento da ciência no mundo, além das teorias deterministas da época, influenciaram muito na representação que Bertoleza traz. Para o Serviço Social dessa forma, tratando da influência da classe em ascensão burguesia, que tinha como ideais a acumulação de bens, figura que na obra é retratada pelo personagem João Romão, que atua como opressor da personagem estudada, a burguesia visava antes de tudo o controle social que tinha como objetivo o crescimento econômico dessa classe em ascensão.
[...]as políticas sociais são formas de manutenção de força de trabalho econômica e politicamente articuladas para não afetar o processo de exploração capitalista e dentro do processo de hegemonia e contra-hegemonia da luta de classes.( FALEIROS, 1991.p.80) Ao fizermos uma analogia desse processo em curso com a vida da personagem aqui citada, notaremos que João Romão representaria a burguesia e Bertoleza os explorados que dariam lucros para que esses crescessem economicamente, "o vendeiro nunca tivera tanta mobília" (p.16) , quando é citada a