Serviço social e ética: a constituição de uma imagem social renovada
TEXTO
SERVIÇO SOCIAL E ÉTICA: A CONSTITUIÇÃO DE UMA IMAGEM SOCIAL RENOVADA
FÁTIMA ORTIZ
No texto Serviço Social e Ética: a Constituição de uma Imagem Social Renovada de Fátima Ortiz, a autora inicia apontando que o Serviço Social brasileiro apresenta uma imagem peculiar, vincula-se à defesa dos direitos e aos interesses da classe trabalhadora, fruto de uma trajetória sócio-histórica.
A defesa dos direitos da classe trabalhadora, segundo a autora, deriva do esforço de uma renovação política pela qual passa a profissão do assistente social. É buscado uma nova ordem societária, onde não haja exploração da força de trabalho do indivíduo, com vistas à sua emancipação. Entretanto, a autora argumenta que os traços da renovação da profissão ainda convivem com as marcas e origem do Serviço Social, ou seja, a caridade e a filantropia. A imagem do Serviço Social brasileiro está ligada à mocinha boazinha, aquela que defende direitos e ajuda a quem precisa.
Em relação à constituição histórica do Serviço Social, como já é de conhecimento, o mesmo se consolidou no país como profissão o na década de 1930, quando se fixava o projeto reformista-conservador. Vale-se dizer, que a profissão estava ligada com a proposta capitalista.
Segundo Ortiz, esse processo impôs medidas de caráter político e ideológico, sendo que os desdobramentos da produção industrial sobre a classe trabalhadora exigiu nova postura por parte do Estado e elites. Na década de 1940 vemos a constituição de serviços e políticas sociais, com o objetivo de enfrentar as expressões da questão social. Neste contexto, o Serviço Social constitui-se como uma profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho se consolidando a partir da junção de forças da Igreja, burguesia e Estado, atuando nesta época segundo estes interesses.
A profissão volta-se para a família em especial para a mulher. De acordo com a autora, representando um pensamento da Doutrina Social Cristã, no qual a família é a