Serviço Social e Empresa Capitalista: entre classes e conflitos
No Brasil, desde os nos de 1980, vem ocorrendo uma série de mudanças nas empresas capitalistas. Tais mudanças são determinadas pela nova dinâmica da acumulação capitalista e respondem à necessidade de integração a um mercado cada vez mais competitivo e globalizado. As terceirizações a precarização, a flexibilização do trabalho e consequente desregulação das leis trabalhistas são caractéristicas de um movimento mais geral da economia que redirecionam as estratégias empreariais no sentido de criar uma cultura do trabalho, adequado aos requerimentos de produtividade, competitividade e maior lucratividade.
Dessa forma, faz-se mister compreender compreender de que forma o exercicio profissional nas empresas é afetado pelas mudanças no "mundo do trabalho", tendo em vista o movimento de transformação das forças produtivas e dos mecanismos de reprodução social. É a partir dos anos de 1970 e, particularmente, nos anos de 1980 que identificamos uma presença significativa de assistentes sociais nas empresas. Trata-se de um contexto em que as classes trabalhadoras experimentam um massivo processo de organização política, a exemplo da fundação de partidos, sindicatos, comissões de fábricas, entre outras representações, imprimindo formas combativas na sua relação com o capital.
É nesse contexto que as empresas privadas incorporam, nos seus quadros, o profissional de Serviço Social. A requisição profissional, portanto, atenderia, contraditoriamente, tanto às necessidades do capital - contratante de serviços profissionais - como às do trabalho, pela via de uma intervenção voltada a considerar as necessidades básicas dos trabalhadores e de suas famílias. As áreas de recursos humanos das empresas, onde, de modo geral, estavam localizados os profissionais de Serviço Social, desempenharam um papel decisivo nesse processo.
As respostas empresariais às demandas e reivindicações dos trabalhadores pareciam se