Serviço Social - Profissão e Mutação PUC RIO
1.1 – Serviço Social: A construção de uma prática
O Serviço Social no Brasil emerge nos anos 30, em meio a um cenário de turbulência econômica, política e social, sofrendo os reflexos do avanço do capitalismo, num momento em que a estrutura produtiva expandia-se para o setor industrial. O cenário mundial também era palco de profundas inflexões no campo econômico como a quebra da bolsa de Nova York, por exemplo, que não deixa de
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afetar a economia brasileira.
No Brasil, a economia que desde a segunda metade do século XIX até os anos 30, se caracterizava por um modelo agro-exportador, passa a adotar (Era
Vargas) um modelo industrial, de substituição de importação, modelo nitidamente urbano-industrial. A mudança do sistema agrário-comercial para o industrial produziu profundas alterações sociais, principalmente com a mudança do estilo de vida rural para um urbano-industrial, levando a crescente urbanização, fenômeno este que só faz agravar problemas e conflitos sociais, solicitando das instâncias mandatárias articularem ações que contemplassem o aplacamento de tais situações. É um período de crescimento numérico da classe trabalhadora,
extensamente explorada, mas em franca organização que se intensificam as lutas por melhores condições de vida e de trabalho, contudo a classe dominante encara tais lutas como ameaça a seus interesses e desorganização social e moral.
O novo modelo de sociedade amplia as contradições dentro do sistema e a gama de lutas reivindicativas, sendo que os setores dirigentes se utilizam, inicialmente, da hostilidade ou da benemerência, como resposta a elas. Este cenário conturbado cria as condições que propiciam a profissionalização do
Serviço Social no Brasil, para intervir junto às seqüelas da questão social, naquele contexto. Primeiramente como operador da beneficência, atuando para o alívio dos males sociais decorrentes do processo