Servidores fantasmas "assessoram" deputados gaúchos
Élio Stiegemeier é funcionário do Congresso. Desde 2004, deveria assessorar o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB). No escritório do parlamentar no Rio Grande do Sul, no entanto, a surpresa: ele não é conhecido no local. Uma secretária atende o telefone e, quando perguntada por ele, responde: "O senhor deve ter se enganado". O funcionário trabalha na verdade como barbeiro em um salão de Panambi, no interior do estado. Em conversa com a reportagem da RBS TV, por meio de uma câmera escondida, ele admite que tem a barbearia na cidade há 20 anos. "Neste local aqui, estou há 20 anos. Sempre trabalhei aqui", diz. O salão funciona de segunda a sábado. O deputado Darcísio Perondi não quis se manifestar. No escritório, a secretária parece não cionhecer.
Em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, um funcionário da Câmara dos Deputados presta serviço ao Democratas em horário integral. Paulo Ricardo Borges Júnior é cargo de confiança do deputado Onyx Lorenzoni, mas trabalha no diretório do partido. "De manhã, de tarde, de noite, eu estou sempre aí", diz o funcionário, que confirma o funcionamento do local de segunda a sábado. O deputado, que também é presidente do DEM no Rio Grande do Sul, decidiu exonerar o assessor e diz que não sabia que Paulo Ricardo cumpria horário no diretório. "São 22 funcionários que eu tenho, não tem como controlar o que toda as pessoas fazem", explica.
Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, dados oficiais mostram que assessores ganham mais de R$ 5 mil para trabalhar na liderança do partido. Mas eles não são