Servi;o Social
Ângela Santana do Amaral
Professora da Universidade Federal de Pernambuco/UFPE
Monica de Jesus Cesar
Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
O Trabalho do Assistente Social nas Fundações Empresariais
Introdução
O tema da “cidadania empresarial” ou da “responsabilidade social corporativa” vem ganhando projeção não só com sua propagação na mídia, mas também com a divulgação dos resultados de estudos e pesquisas, que apontam a sua expressividade no conjunto das transformações contemporâneas, resultantes do movimento de reestruturação do capital em resposta às suas crises. Neste movimento, o receituário neoliberal foi difundido como prerrogativa do programa de “ajuste global” imposto pelos organismos financeiros internacionais aos países devedores, cujas reformas estruturais enfocavam a desregulamentação dos mercados, a privatização do setor público e a redução do Estado, em prol de um “desenvolvimento sustentável”.
No Brasil, principalmente a partir dos anos 90 do século passado, expressões como
“sociedade civil” e “terceiro setor” passaram a ser empregadas para denotar a suposta emergência de uma “nova forma de gestão social” que, fundamentada na solidariedade, na cooperação voluntária e no compromisso cívico com as necessidades coletivas, se contrapõe à gestão estatal acusada de ser ineficiente, burocrática e corporativista. A
“Reforma do Estado” postulou o reconhecimento de um “espaço público não-estatal”, composto por organizações e iniciativas privadas sem fins lucrativos, que, em tese, seriam capazes de absorver a prestação de serviços sociais com base na “cidadania” e no
“espírito comunitário”.
É justamente para este “espaço público, porém privado”, que convergem as ações das empresas “socialmente responsáveis” e os “investimentos sociais” das fundações empresariais, promotoras da imagem positiva de suas mantenedoras, associando as logomarcas de seus