Sertão
O Sertão é conhecido desde antes da chegada dos portugueses no Brasil e se mostra presente no cotidiano brasileiro desde o século XVI. Pelo seu clima quente e seco essa região foi chamada de Desertão e posteriormente de Sertão. O Sertão constituiu por meio do pensamento social uma categoria de entendimento do Brasil, inicialmente na condição de colônia. Esta região ainda ocupa importante lugar na literatura brasileira, com tema central na literatura popular (oral e cordel), além de correntes e obras cultas.
Grande parte da literatura regionalista faz bastante referência ao Sertão. Guimarães Rosa, com suas definições poéticas é um importante autor que evoca os Sertões misteriosos e míticos. A literatura brasileira marcou com seus personagens simbólicos o imaginário do povo brasileiro. O Sertão também está presente na pintura, teatro, cinema, música, ocupando diversos espaços nos meios de comunicação, como revistas, televisão, jornal, etc. Os portugueses no século XVI usavam a palavra “Sertão” ou “Certão” para se referir as áreas situadas dentro de Portugal, mas distante de Lisboa.
Nos primeiros anos de colônia “Sertão” e “Litoral” consistiam em categorias simultaneamente opostas e complementares, onde uma foi construída em função da outra. O Sertão não designava apenas os espaços interiores da colônia, mas também espaços desconhecidos, perigosos, de natureza bruta, habitado por bárbaros onde a religião, cultura e civilização ainda não haviam chegado. Para o colonizador o “Sertão” constituiu o espaço do outro, ainda não explorado e para um habitante de Lisboa, o Brasil representava um grande Sertão. Curiosos, cronistas e viajantes descreveram em suas obras os aspectos da terra, da gente, dos usos e costumes do Brasil.
Autores como Euclides da Cunha descrevem o sertanejo como forte, mas também como desengonçado, torto e que respeita a uma forte