Sermão
A relação entre o tema e o texto deve ser clara e inquestionável. A melhor razão para a escolha de um texto é que ele expresse ou sugira idéias que sejam temas de importância ou que sustentem, de maneira legítima, um tema já escolhido. Vale a pena estudar a argumentação do Dr. A. E. Garvie sobre a relação entre os dois.1 Texto e tema podem estar numa relação de princípio e aplicação, ou de verdades gerais e particulares. Alguém deseja, por exemplo, falar sobre alguma prática social de caráter ou de consequência moral duvidosa; se ele estiver suficientemente familiarizado com sua
Bíblia, vai se lembrar das palavras de Paulo: “Tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14.23). Ou, começando por um texto como “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (01 6.7), a pessoa poderá pregar sobre determinado fiasco ou triunfo moral, seja pessoal seja social. Nesses exemplos, o tema é uma dedução do texto. Por outro lado, o texto pode ser determinado fato, julgamento ou experiência, e o tema, uma generalização dele ou uma indução. A passagem de Lucas 12.19-20, por exemplo, pode ser o texto para um sermão sobre a futilidade da cobiça; assim como a experiência de Simão Cireneu é uma base legítima para o tema “Cargas que são bênçãos”. Inúmeros textos são exemplos de poder, providência, amor, misericórdia, ira e redenção divinos, enquanto muitos outros expressam grandes princípios que falam a inúmeros temas relevantes à vida.
Garvie destaca ainda que o tema e o texto podem ter uma relação analógica, sugerindo, por exemplo, que um sermão sobre as ameaças aos ideais cristãos relacionadas à guerra podem ter como base o
Salmo 137, e que Mateus 18.15-17 pode ser usado muito legitimamente para discutir meios de prevenir a guerra, tendo o método de solução de diferenças pessoais influência no problema das diferenças de grupos. Ou, mais uma vez, o texto pode estar relacionado ao tema por sugestão. Horace Bushnell leu a frase