Seres extremófilos termófilos e hiperextremófilos

1. Mundo Extremófilo Potencialmente, devido à enorme atividade geológica aquando da evolução dos primeiros seres vivos, as condições ambientais na Terra poderão ter sido díspares face às atuais. Deste modo, pode-se auspiciar a ocorrência de ambientes com amplitudes térmicas bastante acentuadas e valores de pH muito baixos, pelo que se poderá supor que no desenvolvimento das primeiras formas de vida tenha existido uma adaptação celular a estas mesmas condições, originando-se, assim, os primeiros seres extremófilos. Extremófilo: deriva do Latim extremus e do Grego philos, cujo significado literal é amigo dos extremos. A utilização primária desta designação deve-se a R.D. MacElroy, em 1974, tendo sido usada para classificar os microrganismos que se reproduzem “em ambientes extremos e inóspitos”. Com base na Taxionomia, ramo científico que estuda a classificação dos seres vivos, e por sugestão de Carl Woese (após ter estudado as relações entre os procariontes que utilizam sequências de DNA) todos os organismos foram divididos em três domínios: (a) domínio Eukarya (incluindo todos os organismos eucariontes); (b) domínio Eubacteria (abrangendo todas as bactérias (procariontes); (c) domínio Archaea (outrora designado por “"Archaebacteria", que compreende procariontes com características bioquímicas e genéticas diferentes das das bactérias). Mediante este sistema classificativo, grande parte dos seres extremófilos, atualmente conhecidos, enquadram-se nos domínios Archaea e Eubacteria. Tal como já foi referido, os extremófilos são “amigos” das condições extremas e que tendo em conta as características das mesmas, estes seres podem ser reunidos em subgrupos distintos, contudo, o facto de se encontrarem classificados de acordo com as características de um subgrupo, não implica que também não possam ser incluídos em outro.

1. – Termófilos e hipertermófilos A temperatura é um dos principais fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento de bactérias, na