Ser ou n o ser Charli
Defender a liberdade de expressão não implica apreciar as caricaturas de qualquer figura religiosa. Mas sim, concordar que queremos viver numa sociedade sem censura, na qual temos a possibilidade de praticar livremente a nossa fé.Se, por um lado,não somos Charlie, já que é pouco provável que alguém concorde a cem por cento com todo o conteúdo de um jornal, por outro lado, certamente somos Charlie na nossa defesa da liberdade de exprimir opiniões diversas na imprensa, incluindo aquelas com as quais não estamos de acordo.Ser ou não Charlie encobre uma questão mais profunda, que os colegas dos cartonistas assassinados nos quiseram relembrar. Antes de sermos ou não sermos Charlie somos confrontados com um problema existencial, que nos convida a refletir sobre o que significa viver. É este impulso que se perde quando aderimos sem hesitações, abandonando a nossa forma de pensar.Resta, então, imaginar qual o resultado de ordenar a sociedade com base na liberdade de expressão,ou com base na impossibilidade de ofender com leis.Deveríamos ser contra qualquer tipo de violência.Se querem criticar e vender, que essa é a função do Charlie, poderiam chamar a atenção de forma mais inteligente e respeitosa. Se na mesma forma retratassem a mãe de alguém, e a pessoa tiver um caráter violento, irá responder com violência. Muitos não tem esse caráter, por isso mesmo que poucos responderam com violência. Mas, humor e critica tem limites,assim como tudo na vida.Sendo que meu direito termina quando começa o do outro.
E nada justifica a violência, mas sempre contribui para a mesma coisa: pôr a culpa na vítima. Podem falar o que quiserem: dizer não concordo com o assassinato dos desenhistas, mas o trabalho deles era escandaloso,é a mesma coisa que dizer sou contra o estupro, mas aquela moça estava usando uma saia muito curta. É simples: uma pessoa