Ser normal é ser diferente - Reportagem
Ser normal é ser diferente
Uma história incomum, um final feliz. Casal deficiente rompe barreira da inclusão social e dá primeiros passos para acabar de vez com o preconceito
Maria Gabriela Andrade Demate tem 30 anos. Já teve vários namorados, mas o eleito para compartilhar a vida foi Fábio. Com ele, teve uma filha em março de 2008 e quando Valentina completou um ano os pais subiram ao altar para oficializar a união. Era um sonho para Gabriela que não via a hora de usar o vestido branco e jogar o buquê para as amigas solteironas.
Hoje casada, Gabriela divide o tempo entre cuidar do marido, estudar e ajudar a mãe Laurinda, a cuidar de Valentina. De manhã cuida da casa, faz almoço, sempre com a supervisão do marido exigente para comida, meio dia leva a filha na escola e passa o resto do dia passeando ou em casa. No final da tarde pega Valentina e a deixa com a avó para ir à escola onde cursa o ensino médio.
Gabriela tem síndrome de Down e uma rotina normal, como qualquer outra pessoa.
Longos dias
Quando soube que sua filha, com 27 anos na época estava grávida, Laurinda Andrade não conseguiu dormir por algumas noites. Nunca tinha ouvido falar de uma mulher Síndrome de Down que tivesse engravidado e o fato de não ter feito um acompanhamento pré-natal, triplicaram as preocupações. “Foram os mais longos dias da minha vida”, diz Laurinda. Após alguns meses de exames e visitas a diversos médicos especialistas, Gabriela deu a luz a Valentina no dia 19 de março de 2008, por volta das 19h. O parto foi cesárea e a bebê não herdou a síndrome da mãe, nem as características mentais do pai, uma vez que a deficiência dele não teria origem genética. “A probabilidade de uma mulher Down gerar um filho com a síndrome é de 50%, mas nesse caso fomos muito abençoados e Valentina nasceu sem nenhuma deficiência física ou mental”, conta a avó Laurinda.
A história correu o Brasil e ganhou status nacional. Gabriela é um caso raro, faz parte de um pequeno