Ser leve e líquido - modernidade líquida
Geraldo A. Pagliarini¹
Este trabalho é um breve estudo sobre o texto de Zygmunt Bauman que pauta suas análises e nos auxilia a compreender as transformações culturais ao longo do século XX e neste início de século. Zygmunt Bauman é professor emérito de Sociologia das Universidades de Leeds e Varsóvia, autor de inúmeras obras, dentre elas Globalização: as conseqüências humanas (1999), Em busca da política (2000) e Modernidade líquida (2001) que em seu conjunto nos apresentam uma análise das transformações da vida social e política da atualidade. Apresento o ponto de vista de Bauman no texto - Ser Leve e Líquido, seus argumentos e considerações para o que passou a denominar de Modernidade Líquida, em sua obra homônima de 2001 – tradução de Plínio Dentzien de Liquid Modernity, originalmente escrita na língua inglesa e publicada em 2000.
SER LEVE E LÍQUIDO
Inicialmente Bauman nos apresenta o conceito de fluidez dos gases e dos líquidos “que sofrem uma constante mudança de forma quando submetidos a uma tensão”, “não fixam espaço nem prendem o tempo” e, portanto, apresentam mobilidade e inconstância em oposto a estado sólido das coisas que ao receber tal tensão “não sofre o fluxo e pode voltar à sua forma original”. A fluidez se apresenta como a principal metáfora para o atual estágio da Era Moderna.
A metáfora dos sólidos e dos líquidos de Bauman busca ilustrar a transformação ocorrida na passagem da era pré-moderna para a moderna, e agora para a modernidade líquida. Os sólidos pré-modernos representados pela fé, tradição, intuição são descartados, derretidos para colocar em seu lugar “novos e aperfeiçoados sólidos, preferencialmente perfeitos, e por isso não mais alterável e de solidez duradoura”, baseados na razão, no homem, nos quais poderíamos confiar, transformando “o mundo previsível e, portanto, administrável” em busca do novo, do progresso da sociedade. A modernidade traz desde o começo o intuito de