Ser leve e liquido
Ser leve e líquido: representa o que realmente quer dizer. Zygmunt Bauman assinala que: “Fluidez é qualidade de líquido e gases.” Diferentemente dos sólidos, este estado não mantêm sua forma, não fixam espaço, se movem com facilidade, fluem, não são contidos, no encontro com os sólidos emergem intactos. As alterações sociais no curso da história reivindicaram a patente da organização, uma organização social que buscasse, de certa forma, estabelecer as diretrizes normativas necessárias à convivência do homem com o homem, sendo que esta convivência deveria ser gerenciada por uma instituição: o Estado.
No entanto, o autor evidencia nas entrelinhas que a modernidade nasce fluída desde a sua concepção. Se analisarmos a perspectiva linear com que Marx explana sobre a evolução temporal das sociedades, teremos argumentos suficientes para compreender o quão sólido, enclausurado de fluidez, é o sistema capitalista. Durante a idade média, o homem detinha dogmas rígidos que eram expressos de maneira coletiva e não subjetivamente privada como, aparentemente, é a sociedade pós-moderna. Os reis detinham poder soberano, eram déspotas esclarecidos ou não, de maneira que a sociedade se mantinha sólido no que condiz às mudanças, dificultando assim as ações e pensamentos da burguesia ascendente. A igreja detinha poder suficiente para manipulação das vontades e desejos da sociedade- como um todo – as manifestações de libertinagem ou contra os dogmas instituídos seriam condenadas com o sacrifício da própria vida. Essa sociedade de novos preceitos, “novo perfil administrativo”, parecia romper com a estrutura sólida em que regia o período feudal, dando-nos a impressão de Fluidez para a subjetividade psicológica humana. Mas o fato é que estas novas estruturas são bastante sólidas do ponto de vista econômico, político e social em que as mobilidades que se ascendem na mesma – grau de fluidez – é altamente controlável pelo sistema – segundo