Ser Gestor Muito Mais Do Que Estar Gestor
As decisões de um gestor não são passageiras. Suas ações se refletem na escola e em toda a comunidade
Alguns educadores dizem que são profissionais da Educação. Outros preferem se apresentar como trabalhadores dessa área. Há diferença entre as denominações? Em busca de resposta, vale explorar o significado guardado em cada um dos conceitos que dizem respeito ao universo do trabalho.
O ser humano é definido pelo trabalho. É por meio dele que se constrói a história e se configuram as sociedades, na medida em que é com os outros que cada um de nós trabalha, cria e transforma a cultura. Nessa relação, se estabelecem formas peculiares de associação, são criados sentidos e a vida e a realidade se revestem de valor. Pelo trabalho, com base na ação criadora, transitamos de uma natureza humana (concebida como algo de caráter imutável) para uma condição humana. E só assim ultrapassamos o determinismo da natureza e definimos não só um espaço de vida mas também um estilo de vida. Em outras palavras, construímos um mundo do jeito humano.
E como o trabalho se transforma em profissão? Isso acontece quando há uma conjugação de saber e fazer no contexto social e são definidos os papéis para os indivíduos, de acordo com determinadas expectativas da sociedade. Embora desempenhemos inúmeros papéis em nossa vida, o profissional é aquele que, de forma orgânica e sistemática, serve como uma referência para nossa identificação na sociedade. Se me perguntam quem sou, aqui e agora, digo que sou professora. Meu ofício me define.
Os papéis sociais são análogos aos dramáticos. A diferença é que esses últimos são representados por atores e, nos primeiros, são as pessoas que ocupam o próprio espaço na cena social. As coisas não são diferentes quando se trata do cargo que se tem na escola. Diretor, coordenador pedagógico e supervisor - sejam eles efetivos ou temporários - não estão representando outras pessoas ao assumir essas posições. Eles