Ser Crian A
Até finais do século XIX, a idéia de que as crianças tivessem algum tipo de direitos era praticamente inexistente, não tinha idéia de infância presente na cultura e que foi criada em um determinado período para demarcar uma época tranqüila, perfeita e protegida, diferenciada da vida adulta, o filme vem, pontualmente, mostra que a maioria das crianças trabalhavam em serviços gerais e não existiam opções de lazer.
No texto de Philippe Arié "O Sentimento da Infância"o historiador estuda a inserção da criança na vida social desde a Idade Média até os tempos modernos, quando o papel da família transformou-se estruturalmente. Por meio da história do cotidiano e das mentalidades, ele analisa como se davam as relações e porque mudaram.
Com o estudo do material disponibilizado pude percebe a falta de sentimento para com a infância e que as crianças eram inseridas no contexto da vida adulta, denunciando grandes diferenças sociais, apresenta, alternadamente, as realidades extremamente distintas em que as crianças estão inseridas. De um lado, em famílias de baixo poder aquisitivo, o índice de mortalidade infantil é elevado. As crianças que sobrevivem são impelidas a trabalhar para obterem recursos, mesmo que mínimos, para subsistência. De outro lado, famílias com melhores condições financeiras exigem que suas crianças preencham seu tempo com atividades mais referidas aos ideais sociais. O que fica marcado não são somente as diferentes incumbências destas crianças, mas também a diferença temporal presente em um mesmo período e país que comporta realidades tão extremas.
Ao inventar a infância, a Modernidade cria a idade de ouro de cada indivíduo. Fase em que a vida será perfeita, protegida e tranqüila, antes de ser tomada pelas exigências do trabalho. Época ideal de nossas vidas, em que ser criança é não ter qualquer outro compromisso que vá além do gozo puro e simples de sua inocência. A primeira das realidades referidas anteriormente é situada por Sulzback em