Separação solida
Luciana Massi, Sandro Rogério de Sousa, Cecília Laluce, Miguel Jafelicci Junior
Originalmente publicado em Química Nova na Escola, n. 28, maio 2008Apoio: Sociedade Brasileira de Química
Edição: Leila Cardoso Teruya
Coordenação: Guilherme Andrade Marson
A flotação é uma técnica de separação de misturas que consiste na introdução de bolhas de ar a uma suspensão de partículas. Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando uma espuma que pode ser removida da solução e separando seus componentes de maneira efetiva. O importante nesse processo é que ele representa exatamente o inverso daquele que deveria ocorrer espontaneamente: a sedimentação das partículas. A ocorrência do fenômeno se deve à tensão superficial do meio de dispersão e ao ângulo de contato formado entre as bolhas e as partículas (DeSousa e cols., 2003).
Figura 1: Diagrama esquemático comparando as forças de atração entre moléculas na superfície e no interior de um líquido.
A tensão superficial é a responsável pela formação das bolhas e pode ser entendida como uma espécie de película que envolve os líquidos, semelhante à existente na gema do ovo. Isso explica porque, quando viramos um copo molhado, algumas gotas permanecem presas à sua superfície ou porque uma torneira mal fechada consegue segurar a gota de água até certo limite de tamanho antes que esta caia na pia. A justificativa para esse fenômeno está no fato de que as moléculas situadas no interior de um líquido são, em média, sujeitas à força de atração igual em todas as direções, ao passo que as moléculas situadas, por exemplo, na superfície de separação líquido-ar, estão submetidas à força de atração não balanceada ou não equilibrada, o que resulta numa força preferencial em direção ao interior do líquido, indicada na Figura 1. O maior número possível de moléculas se deslocará da superfície para o interior do líquido e a superfície tenderá a