Sentido da obra de Clarice Lispector
Clarice Lispector é a mais importante escritora brasileira. Desde que começou a publicar periodicamente na imprensa, nos anos 1960, tornou-se conhecida, ganhando uma legião de admiradores, intrigados e envolvidos por suas frases enigmáticas e por suas imagens surpreendentes.
Felicidade clandestina é um livro antológico , lançado em 1971 , reúne 25 texto da autora Clarice Lispector que tratam de diversos pensamentos empregados nessas narrativas.
Clarice Lispector nunca aceitou o rótulo de escritora feminista , apesar disso , muitas de suas obras, romances e contos como ‘’Felicidade Clandestina’’, têm como protagonistas personagens femininas, quase sempre de centros urbanos.
O ponto de partida de sua literatura é o da experiência pessoal da mulher e de seu ambiente familiar. Contudo ela extrapola os limites desse universo; seus temas são essencialmente humanos e universais, como as relações entre o eu e o outro, a falsidade das relações humanas, a condição social da mulher, o esvaziamento das relações familiares, e, sobretudo, a própria linguagem, única forma de comunicação com o mundo.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade de Recife, onde sua família foi viver em 1930, onde passou parte da infância no bairro de Boa Vista. Estudou no Ginásio Pernambucano de 1932 a 1934. Falava vários idiomas: No Brasil, aprendeu a ler e escrever em português, francês e o inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche, primeiro idioma que começou a falar.
Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930, quando Clarice tinha apenas nove anos, após vários anos sofrendo com as consequências da Sífilis, contraída por conta de um estupro coletivo sofrido por ela durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda estava na Ucrânia, e guerrilheiros invadiram a residência da família, como faziam em todas as casas, roubando,