senso comum e a vida cotidiana
MARTINS, José de Souza . O senso comum e a vida cotidiana Tempo Social ; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, v. 10, n. 1, p. 1-8, maio de 1998.
Destaca-se no texto a importância do reconhecimento das ações cotidianas, no enfoque do senso comum; ações que são constantemente adquiridas, reformuladas e acrescentadas na sociedade, sendo vivenciadas ao ser, ao ter , e ao querer. Questões habituais, dotadas de sentimentos e expectativas, que são de grande relevância nos estudos da sociologia. Martins se preocupa com a disseminação de visões céticas, e sentimentos efêmeros a nuance do homem, através da dinâmica capitalista na sociedade. Tal dinamismo gerador de desencantos a um amanhã incerto, é responsável por acorrentar a sociedade e mutuamente sua cultura, no convívio diário com o conformismo. Se o dia a dia se mostra como parada aos desacreditados, também se torna paralelamente ponto de partida para uma nova conjuntura da sociedade, invocada pelos anseios pessoais dos indivíduos. Nada é tão certo como antes, e a grande força do capitalismo e suas ideias se diluem nas novas esperanças, sendo esta o motor que impulsiona transformações e novas descobertas nos conceitos sociais. Assim a sociologia se refaz através da quebra de paradigmas estabelecidos pelo capital , submergindo na vazão de sentimentos da dinâmica do universo dos homens. E nesse quadro que o autor contextualiza o “senso comum” quebrando signos na qual outrora o distinguia como irrelevante e sem grande importância, apoiando-se na argumentação de Emile durkhein em As regras do método sociológico e em sociologia e filosofia? (cf.1960;1963). Salientado que a não aceitação do senso comum despojaria do indivíduo, o direito de existir na historia da sociedade, reportando-se a outro autor na qual ficha a ideia que “os homens fazem a sua própria historia mas não a fazem como querem e sim sob as circunstancias que encontram, legadas e transmitidas pelo passado” (cf.Marx,1973). Remete para a