Sensação e percepção

INTRODUÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste tema, é necessário fazer algumas considerações, em virtude da evolução sofrida pelos conceitos de conhecimento sensorial, sensação e percepção.
Vivemos num mundo de objectos e fenómenos que se caracterizam pela riqueza das suas formas, cores, odores, sons, temperaturas, etc. que estimulam os nossos órgãos sensoriais.
E com a ajuda dos órgãos do sentido, que o organismo humano percebe em forma de sensações diversa informação sobre o meio interno e externo. Os órgãos dos sentidos constituem os únicos canais através dos quais o mundo exterior penetra na consciência humana.
Para a psicologia clássica, inspirada no atomismo psicológico, a sensação é o fenómeno mais elementar simples da vida psíquica e a percepção é uma associação de antigas sensações, que estrutura e interpreta, referindo-as a um determinado objecto. Assim, a percepção estaria para a sensação como o complexo para o simples, o todo para o elemento, o derivado para o primitivo. Esta concepção atomista, a que já nos referimos, supõe que a vida mental é uma associação de elementos simples para formar fenómenos mais complexos.
Modernamente, a psicologia da forma e outras correntes não distinguem a sensação da percepção; a percepção é o primeiro dado da consciência, é todo global e só por abstracção poderemos isolar nesse todo as sensações. Neste caso, a sensação deriva da percepção por análise desta. As sensações, portanto, não existem separadas da percepção; não há dois fenómenos (primeiro, a sensação e, depois, a percepção), mas um só: a percepção. Esta maneira de ver parece mais próxima da realidade e é a que tem hoje mais larga difusão.
Postas estas considerações e para compreender melhor o processo perceptivo, vamos estudar, em primeiro lugar a sensação, como se ela existisse separada da percepção.

Conhecimento sensorial (sensações e percepções)
O nível do conhecimento sensorial e o nível mais elementar. O sujeito inter-actua com o objecto do