Senhora - José de Alencar
Publicado pela primeira vez em 1875, Senhora é uma das últimas obras escritas por José de Alencar. Ele explora a temática do casamento como forma de ascensão social, dando início a uma discussão sobre certos valores e comportamentos da sociedade carioca da segunda metade do século XIX. O romance é organizado em quatro partes que definem uma transação comercial, simbolizando metaforicamente o casamento por interesse, a saber: O preço; Quitação; Posse; Resgate.
A primeira delas, nomeada de “O preço”, começa descrevendo uma jovem moça chamada Aurélia, rica e frequentadora de bailes da alta sociedade.
Na segunda parte, chamada “Quitação”, é contada a história de Aurélia. D. Emília era sua mãe e Pedro Camargo, seu pai.
A terceira parte tem como título “Posse” e descreve a rotina de Aurélia e Fernando enquanto casal.
Na quarta e última parte, “Resgate”, temos os principais acontecimentos da trama. Os desejos não realizados de Aurélia e Fernando são passados pelo autor com muito erotismo.
Na obra analisada, o tempo, baseado no século XIX, é cronológico, porém não há uma linearidade na obra, pois a primeira parte do romance, O preço, narra fatos atuais, enquanto a segunda, Quitação, conta o passado de Aurélia, depois seguem as terceira e quarta partes narrando o presente. Vale ressaltar que a segunda parte apresenta a história da pobreza de Aurélia Camargo e esclarece os porquês de suas atitudes com o marido ‘comprado’, Fernando Seixas, assim é apresentado que embora Seixas amasse Aurélia, foi capaz de trocá-la por Adelaide Amaral, possuidora de um dote de trinta contos de réis; assim, é evidente o porquê de Aurélia ‘comprá-lo’, objetivando vingar-se da fraqueza de caráter apresentada por Fernando Seixas.
Senhora é um romance urbano que retrata o casamento por interesse numa sociedade de aparências do século XIX, mesma época em que o autor vivia. Nessa obra pertencente à época