Senhor
INTRODUÇÃO
Militarismo é o sistema político em que predomina a influência dos militares. Durante 21 anos tal conceito aplicou-se perfeitamente à sociedade brasileira que, ao nascer do dia 31 de março de 1964, testemunhou o surgimento de um Regime até então sem precedentes em terra tupiniquim.
A nova ordem foi marcada pela queda da democracia, intensas crises políticas, repressões e tantas outras pechas que denominaram este período de “Anos de Chumbo”. Passados 50 anos, ainda nos é sensível a experiência, e no cenário político, aqueles que condenam o Regime disputam com aqueles que o comemoram a atenção nacional.
Malgrado este maniqueísmo, o estudo da História deve ser amplo, imparcial e vedado à subjetividade sem os quais não haveria algo para contar a não ser meias-verdades vãs de doutrinação ideológica. Afinal, foram os militares necessários para o Brasil? De fato os guerrilheiros lutaram pela reinstalação da democracia?
O presente trabalho propõe sintetizar amadoramente o que era antes e durante o Regime sem ser prolixo, portanto, não espere o distinto leitor, longas dissertações e/ou análises.
SESSENTA
O mundo vivia o combate silencioso da Guerra Fria onde imperava uma escolha entre o capitalismo liderado pelos Estados Unidos ou o socialismo dirigido pela URSS. Neste tumulto, as eleições de1960 elegeu Jânio Quadros presidente e João Goulart vice; era a “dupla Jan-Jan” que tomou posse ante uma situação financeira difícil e um descontentamento político social-econômico generalizado que só crescia.
Em agosto de 1961, Jânio Quadros em um movimento político falho, renunciou ao cargo e intensificou o crescimento deste descontentamento geral. A intenção do mandatário era de ter apoio massivo populacional contra seu pedido de renúncia e do Congresso Nacional para que Jango não assumisse o posto. Deu errado – muito errado! Não só o Congresso ratificou imediatamente a exoneração como nenhum grupo foi às ruas