Senhor
Este estudo pretende discorrer sobre a forma uniformizada com que as reformas educacionais são aplicadas nos países da América Latina e do Caribe nos últimos vinte anos, sempre enfatizando a descentralização das politicas. Este padrão veio responder às exigências que um contexto deveras complexo onde o Estado abandona seu papel de benfeitor, compensador e articulador dos interesses sociais mais amplos, passando a favorecer àqueles dos grupos vinculados ao setor moderno da economia. É mais fácil compreender a função desempenhada pelas políticas de descentralização postas nos países latino-americanos. Em texto de 1996, Lauglo busca desenvolver uma análise acerca das prioridades e estratégias do Banco Mundial para a Educação, instituição grandemente responsável pelo estabelecimento deste padrão. O autor, avaliando o documento Prioridades e Estratégias para Educação, do Banco Mundial, ressalta que este organismo internacional de financiamento reconhece que as condições objetivas para a implementação das suas determinações pelos diferentes países não são iguais. Ou seja, há que se levar em conta as diversidades políticas, sociais e outras, dos distintos países que buscam crédito junto ao banco. Talvez por isto, as características locais foram, grosso modo, consideradas no processo de implantação de um conjunto de ações na política educacional nos países da região. Contudo, essas reformas todas são frutos de uma concepção bastante homogênea.
“Se por um lado é verdade que quem recebe financiamento deve ser o verdadeiro proprietário de seu projeto. (...) Por outro lado, a estratégia é induzi-lo a desenvolver os projetos na direção que o banco, em sua sabedoria, estabelecer” (LAUGLO, 1997, p. 12).
2- Desenvolvimento
O documento do Banco Mundial afirma que a prioridade dos financiamentos devem estar vinculadas à educação formal, e mais especialmente à educação elementar ou básica. Desta forma, demais níveis e modalidades educacionais devem buscar