Senhor
Atentemos em casos em que a delinquência está mais associada: por exemplo os ciganos e os negros. Bem sabemos que a estes primeiros (os ciganos) associamos casualmente os conflitos, talvez nem porque tivemos experiências que evidenciem este facto, mas sim porque as impressões que temos deles nos foram transmitidas indiretamente pelas pessoas com quem contactamos ou até pela nossa cultura padrão.
Até aqueles que eventualmente dizem: “ah esta música, eu adoro música cigana!”, ou “eles sim, são os verdadeiros nómadas, ah que vida”, na proximidade ou contacto com a etnia cigana poderão ser os primeiros a colocar trancas à porta! É já evidente a relação entre as impressões e as expectativas, e daqui há uma “ponte” para a auto concretização das expectativas.
É aqui, que tendo nós uma atitude bastante negativa relativamente á comunidade cigana, tenderemos para comportamentos que passem a justificar as atitudes, mesmo que contrariem a realidade; o que isto quer dizer? Quer dizer que faremos tudo e veremos tudo e apenas o que há de mau, o que consiga “fundamentar” a nossa tese e alimentar o sentimento negativo em relação à comunidade em questão, para que tenhamos a razão do nosso lado. Na outra face da moeda, temos os ciganos, que, por sua vez, vão responder aos estímulos negativos impostos pela sociedade em redor, tornando-se os delinquentes da cultura padrão. Por isso, e na minha opinião, a categorização dos ciganos, entre outros, resulta de um confronto entre culturas, podendo estes então serem delinquentes sociais – uma fuga ao padrão, que envolve conflitos e desacatos.
O conceito de delinquência tem muitas faces, tendo principalmente uma vertente psico-social e outra