Senhor
A autora aborda a prática docente em apenas mostrar aos alunos os sentidos que estão estritamente declarados, escritos, expressos no texto de um modo engessado, sem interpretações extensivas.
Quando as PCN mencionam que ler transcende codificar, está afirmando logicamente que o codificar é necessário, pois quem lê deve no mínimo conhecer o código, ou seja, a escrita.
No entanto, o transcender está exatamente colocado no sentido de ir além.
Analogamente, como exemplo bem claro de aprender a ler o que não está escrito – sem a mínima intenção de causar o contumaz frisson que o tema enseja – mas como está na moda – podemos lembrar o que fazem os políticos brasileiros, notadamente aqueles que perderam o poder no âmbito federal nos últimos 8 anos.
Em todas as manifestações desses derrotados nas urnas em 2002, nota-se a intenção velada em afirmar que todos os problemas da nação foram causados por esse último governo, notadamente a corrupção. Tentam fazer a grande parcela mais ingênua da população engolir que eles não têm culpa pelos inúmeros caos que assolam a nação, quando basta ter um mínimo de tirocínio para saber que, durante mais de 500 anos eles esfolaram o país e agora, querem colocar toda a culpa apenas em um, no último.
Recorrendo a Kleiman, enaltece o fato de que uma leitura apenas como decodificação é empobrecedora e, não permite aos alunos o ato de pensar. Coisa própria dos regimes de governo que tinham esse interesse antigamente no Brasil.
Ainda, lembrando as recomendações de Koch, enaltece o fato de se permitir aos leitores que entendam não só os significados explícitos, expressos, bem como os implícitos ou não escritos literalmente.
No mesmo sentido, a Autora recorre a Ducrot, para quem é possível identificar três tipos de implícitos, quais sejam:
Aqueles baseados na enunciação, envolvendo subentendidos: que são os implícitos que se percebe