Sendo um professor jequitibá
Aprendemos palavras para melhorar os olhos."
Ruben Alves
A discussão sobre educação vem ganhando mais espaço a cada dia em nossa sociedade. Assim a relação entre a escola, o aluno e o professor ganham reflexões que caminham para além das salas de aula, que atravessam suas paredes e ganham as ruas, as cidades, os estados. O aumento destas reflexões talvez ocorra justamente por nossa sociedade enfrentar uma crise no sistema educacional. Não quero dizer com isto que ela não o tivesse enfrentado antes, mas os problemas atuais ganham proporções inimagináveis, onde se vê uma relação deteriorada entre professor e aluno, onde não se vê rupturas com maneiras teoricamente já superadas do ensinar, onde não se percebe uma provocação (no sentido positivo da palavra) do aluno para que este possa mudar os objetos de lugar, ampliando seu olhar, questionando seu sentido, interferindo nas formas de agir do meio social, ou seja, não se consegue provocar o espírito crítico deste, muito menos o interesse deste em estar presente na sala de aula.
Neste sentido o trabalho do professor é fundamental, cabe a ele compreender e evidenciar para o aluno que a educação não resume-se apenas a instituição escolar, ela é universal, necessária para as relações e funcionamento de todos os meios sociais. Se os olhares passearem pelas sociedades em diferentes temporalidades que já tivemos, vão perceber que a educação, essa relação entre aquele que ensina e aquele que aprende sempre existiu, não da mesma forma, pois o lugar social, seu tempo e espaço mudam, mas a educação era a engrenagem que fazia girar o motor da vida. O modo como se vê e se sente o mundo são partes integrantes de um meio social, a partir das pessoas com quem você convive ou conviveu, das instituições pelas quais passou, a partir dos lugares que já passaram por sua vida, a partir das músicas que você escutou, dos filmes que assistiu, de suas crenças ou não, dos