Semântica Lexical A semântica é o estudo sistemático do sentido nas línguas naturais. A semântica do referente herança dos filósofos gregos, cuja crença era de que as palavras remetem aos conceitos que representam as coisas do mundo: o mundo é o mesmo para todos. Relega o problema da interpretação a um segundo plano: os conceitos são universais, imutáveis para todo e qualquer ser humano. Não importa a sua cultura. Uma outra vertente, tributária por sua vez da não menos ilustre herança retórico-hermenêutica, pode ser caracterizada como um ponto de vista que, em vez das relações linguagem-coisas, prefere examinar o que se passa entre o fazer persuasivo de um locutor e o fazer interpretativo de um interlocutor. Se refere as relações entre que se diz e como se diz, ou, em termos mais modernos, entre significantes e significados. É um estudo da linguagem humana orientado pelo que se passa em seu interior, e não numa instância qualquer situada fora dela. A semântica do referente trabalha, no fundo com essências, encarada como essência, a coisa não admite cisão. A tradição retórico-interpretativa prefere transferir o eixo da produção do sentido para o que se passa, não entre linguagem humana e mundo, mas sim “de homens para homens”, ou seja, prefere enxergar a produção do sentido como fenômeno humano, de uma ponta a outra. O lingüista dinamarquês Louis Hjemslev contraria a opinião comum de que há um mundo objetivo, dotado de referentes e de acontecimentos, que são refletidos pela linguagem. Para ele, na mesma linha de pensamento de Saussure, dá-se o contrario. Já que a linguagem está presente em todas as atividades humanas, é possível indagar se ela pode ser considerada fonte, e não como um reflexo dessas coisas. É em torno dessa indagação que afirmamos há pouco que o ponto de vista contrario, das coisas para a linguagem, é posto sob suspeita.