Semipresencial 001
Jacqueline Glenn Milhomem
FRASE 001 'Ser oficial é cumprir o dever de acordo com o juramento. Eu era um SS fiel, meticuloso, devoto. Se o senhor comissário me tivesse dito, nessa altura, que o meu pai era um traidor e que devia abatê-lo, eu tê-lo-ia feito'.
Eichmann era um trabalhador subordinado, vivia para o trabalho e se submetia a aceitar e obedecer tudo o que seus superiores mandavam, era o tipo alienado. Como ele mesmo disse “era como cumprir um juramento”, ele seguia a risca as regras impostas, mesmo que não fosse correta, sua função era cumprir o que mandavam fielmente.
FRASE 002 'Naquele momento [encontro de autoridades para discussão da 'solução final'], experimentei uma sensação semelhante àquela que Pôncio Pilatos terá experimentado, pois senti-me livre de toda a culpa'.
Para Eichmann o fato de ser o menos graduado no encontro entre as autoridades de alto cargo do regime foi um privilegio, pois o tirava da responsabilidade de ter que de alguma forma se impor ou decidir em algo ali, sentindo com isso como se tivesse tirado das costas um grande fardo, e ficasse livre de toda culpa. FRASE 003 'A minha culpa reside na minha obediência, no meu respeito pela disciplina e nas minhas obrigações militares em tempo de guerra', repetiu até à exaustão. 'Obedecer é um ato virtuoso de qualquer subordinado', acrescentou, 'e os subordinados são agora vítimas. Eu sou uma dessas vítimas'.
Como Eichmann obedecia a ordens, ele acreditava que não tinha culpa porque as atitudes que tomava eram em obediência aos seus superiores, e caso não as cumprisse também seria morto, então sua vida dependia que fizesse o lhe mandassem. O que para ele o tornava tão vitima quanto os judeus que foram mortos. FRASE 004 Segundo Hannah Arendt, 'era um homem para quem a derrota alemã significou que teria de viver uma vida individual, difícil, sem um chefe a quem obedecer (...) nem regulamentos importantes para consultar'. Um subalterno obrigado a 'curvar-se' a valores