Semiotica psicanalitica

Venho há alguns anos atuando como arquiteto-projetista. Em paralelo à minha carreira professional, tenho um crescente e constante interesse por questões ligadas à produção de subjetividade, constituição do sujeito e análise dos signos culturais que norteiam o desejo, principalmente em suas manifestações digitais.
Participei inclusive de grupos de estudos lacanianos e de grupos de análise de relações entre os lugares (a geografia, as cidades) e a cultura que ali floresce (no caso, a literatura e as artes plásticas).
Objetivamente, a internet é meu campo de interesse: a maneira como ali se estabelece uma nova afetividade, novas formas de vinculação entre as pessoas e produção de coletiva de conhecimento; a linguagem controlada que surge desse e nesse ambiente técnico, a convergência e homegeneização de valores e comportamentos: que sociabilidade está nascendo desse meio supostamente desreferenciado, “livre”, anárquico?
No que tange à minha prática professional de arquiteto, há um ponto de contato interessante entre os meios digitais e físico, pois a possibilidade de interação remota que a internet inaugura joga um nova luz sobre o conceito de lugar, sobre o conceito de presença e sobre o conceito de concretude e materialidade.
Num universo de expansão das possibilidades de expressão, de produção de novas e outras linguagens e de inauguração de campos inéditos de atuação artística/filosófica/psicanalítica, o campo da construção do sentido e de valoração/avaliação dos valores éticos é vital para aqueles que tem no comportamento individual e/ou coletivo a matéria-prima de seu trabalho, de sua pesquisa.

Por essas razões, e por entender que o campo teórico e prático da psicanálise e da semiótica constituem juntos um instrumento privilegiado na observação e intervenção em fenômenos culturais contemporâneos, é que venho solicitar um lugar neste curso tão