Seminário ética a nicômaco (aristóteles) - (capítulos 2, 3 e 4 - livro ii)
Primeiro parágrafo: O primeiro parágrafo cita a discussão que se dará ao longo do capítulo, discussão esta que trata não de entender o que é a virtude, uma vez que Aristóteles parte do pressuposto de que seu leitor já sabe o que a virtude é, mas quais e como os atos devem ser praticados para que a causa final - nos tornarmos bons - seja atingida. Ou seja, trata de explicar a natureza da virtude. Afinal, são as ações que determinam a existência de virtude ou não. Entretanto, veremos que Aristóteles não dá uma receita para o tornar-se bom. O primeiro parágrafo é breve e claro. Portanto, eu passo agora ao segundo parágrafo.
Segundo parágrafo: Aristóteles inicia o segundo parágrafo dizendo que agir de acordo com uma regra justa é um princípio em que se há concordância unânime, mas ele só vai discorrer e examinar o que é tal regra justa e como ela se relaciona com as outras virtudes ao longo do capítulo 13, do Livro VI. Mesmo que não estudemos tal capítulo, acho pertinente pelo menos uma definição breve do que seria "regra justa" para Aristóteles. Portanto, a regra justa, ou a reta razão, é justamente o caráter deliberativo da alma que nos direciona às virtudes, que nada mais é do que o meio-termo entre os extremos. Continuando, Aristóteles retoma o que foi dito no Livro I, que toda essa análise se dá numa visão geral e afirma ainda que as questões de conduta não seguem fórmulas, uma vez que fórmulas ou regras fixas podem não conseguir responder questões em determinadas circunstâncias. Mais adiante, exatamente a partir da linha 5, Aristóteles faz um paralelo a respeito disso comparando às artes da navegação e da medicina, que são duas áreas de especialidade, e não um mero acaso. Ser especialista, nestas duas artes, não consiste em saber e ser capaz de aplicar um conjunto de normas, regras.
Terceiro parágrafo: No