Seminário - Geertz
Professora Rose Satiko Gitirana Hikiji
2º semestre de 2013 - noturno
GEERTZ, Clifford, A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
Capítulo 9 – Um Jogo Absorvente: Notas sobre a Briga de Galos Balinesa
A Invasão
Clifford Geertz e sua esposa estiveram em uma aldeia com cerca de 500 habitantes em Bali em 1958. A princípio, foram tratados como “invisíveis”, “invasores”, só conseguindo comunicar-se com seu senhorio e o chefe da aldeia. Todos os demais os evitavam. Comenta que isso é comum e que, de repente, por um motivo que quase nunca foi capaz de entender, torna-se uma pessoa “real”, tratada até de forma calorosa. Aqui, essa mudança de tratamento ocorreu devido a um episódio inesperado: a fuga da polícia.
A briga de galos já era proibida por lei, naquela época, apesar de ser realizada cotidianamente. De tempos em tempos, a polícia se obrigava a fazer incursões e encerrar uma briga, multar pessoas, confiscar galos. Justamente numa dessas ocasiões, Geertz e a esposa estavam assistindo a uma sessão. Fugiram junto com todo o público e se esconderam num galpão, ao lado de seu dono, mas sem qualquer conversa com ele. Quando um policial entrou e quis saber por que estavam ali, o anfitrião eventual defendeu-os, e, para sua surpresa, explicou que eram professores norte-americanos e que tinham passado toda a tarde ali. A partir do dia seguinte, Geertz passara de invisível a atração da aldeia.
De Galos e Homens
Os homens balineses se identificam profundamente com seus galos, símbolo da masculinidade. Ao contrário de outras manifestações da sociedade balinesa, em que as mulheres participam em pé de igualdade, a briga de galos é um acontecimento no qual apenas homens se envolvem. Elas nem mesmo as assistem.
Os donos de galos passam um grande tempo cuidando de seus favoritos. Alimentam-nos com uma dieta especial, à base de milho, e colocam pimenta-malagueta pelo bico e pelo ânus para deixá-los excitados. Ao mesmo