Seminário do filme Ônibus 174
O presente trabalho visa comentar o documentário Ônibus 174 assistido em aula. O filme relata o seqüestro do ônibus carioca, realizado por Sandro, que por um erro policial, resultou na morte da professora Gehiza, e do próprio seqüestrador. Sandro era uma das muitas vítimas da violência urbana. Viu a mãe ser covardemente assassinada por três elementos que invadiram o estabelecimento comercial dela a fim de rouba-la. Aos doze anos fugiu da casa da tia e passou a morar nas ruas de Copacabana. Lá, entrou no vício das drogas, e aprendeu a roubar para sobreviver. Parecia que o destino brincava com ele. Depois de perder a mãe tragicamente, Sandro também havia sido vítima da chacina da Candelária, onde policiais militares exterminaram covardemente vários meninos de rua. Aos dezesseis anos entrou na fase pela primeira vez, acusado de assaltar conjuntamente com mais dois ou três menores uma senhora em uma sinaleira. Fora mandado para uma das piores instituições de recuperação de menores do Rio de Janeiro: a Padre Severino. Maus tratos, agressões, humilhações. Essa era (e acredito que continue sendo) a realidade dos menores internados naquela sede da FASE. Uma instituição que fora criada para recuperar menores para sociedade o trata pior do que um animal, revoltando eles ainda mais. Está aí uma das muitas provas que saltam aos nossos olhos da crise do sistema prisional brasileiro. O sistema que era pra ser igualitário, justo e proteger a dignidade humana, seleciona seus tutelados, é demasiadamente repressiva, e acaba por excluir ainda mais aqueles que neccesitavam ser reintegrados à sociedade. Outra situação preocupante demonstrada no filme é o despreparo material e formal da polícia brasileira. Material, no sentido de faltar armamentos entre outros materiais necessários para o patrulhamento e proteção da população. E formal, no sentido que eles não têm o devido incentivo e preparo psicológico para situações de extremo risco como