Semin Rio Hist Ria Da Psicologia Psican Lise
Tema: Psicanálise
CONTEXTO HISTÓRICO
Século XVI: amplamente marcado por incertezas, resultantes da derrubada de grandes verdades acumuladas por mais de dois milênios.
Século XVII: inicia-se a ordem da racionalidade e consciência, a partilha entre a razão e a desrazão. Emerge com indefinição a loucura, como uma vaga consciência da diferença ou a perda da racionalidade, conforme estudos cartesianos.
Século XVIII: conforme a visão de Michel Foucault, o conceito de loucura se fortalece, mas o saber ainda não busca suas razões ou suas manifestações, é voltado para o diagnóstico absoluto e o controle disciplinar do indivíduo. O único lugar institucional onde o discurso individual tinha acolhida eram os confessionários religiosos.
Século XIX: a relação do psiquiatra com o louco é de exclusão, sabendo sobre o sujeito, mas não precisamente sobre a loucura. Esse cenário muda depois da produção da loucura experimental por Moreau de Tours, a partir do uso de drogas que produziam os mesmos sintomas da loucura, e da sua percepção de reprodução da loucura nos sonhos. A psicanálise se fortalece, rompendo com o saber existente – Psiquiatria, Neurologia e Psicologia - e produzindo seu próprio lugar. Ela não se encontra formalmente em continuidade de nenhum saber especifico, apesar de estar ligada ao conhecimento sobre o Homem, formado no século XIX.
Século XX: a Psicanálise ocupa o lugar de escuta, antes religioso, visando a necessidade de controle e distribuição das forças de trabalho. Ela também gera o descentramento do sujeito.
A Psicanálise foi considerada pelo próprio Freud como a terceira grande ferida narcísica sofrida pelo saber ocidental, visto que promoveu um descentramento da razão e da consciência. As outras feridas foram as teorias do Heliocentrismo, de Nicolau Copérnico, e a Teoria da Evolução, de Charles Darwin. Segundo Freud, a consciência passou a ser analisada como um mero efeito de superfície do inconsciente.