Semelhança entre a fábrica e a escola
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Quais as semelhanças entre a fábrica e a escola? Há diversas semelhanças entre a estrutura das fábricas e a escola. De modo objetivo, podemos citar como exemplo: a hierarquia de funções, o controle de horários, a disciplina exigida, a autoridade de alguém com função superior, regras de conduta ou convivência. Até mesmo certas características superficiais podem ser expostas, tais como: o sinal de entrada, intervalo e saída dos alunos serem uma sirene, semelhante ao das fábricas; o ambiente de cores sóbrias, pequeno e lotado. Entretanto, não são apenas questões a respeito da aparência do ambiente escolar, trata-se de todo um sistema complexo que aproxima o mundo acadêmico ou estudantil do mundo das indústrias. A escola entra como uma instituição disciplinar e repressiva na medida em que interioriza no aluno, desde criança, a obediência a hierarquias, horários, controles de presença, notas e o desempenho de tarefas pré-determinadas, quantificadas, etc. E depois, atua como qualificadora, na medida em que habilita o aluno, como futuro trabalhador, a exercer trabalho mais simples ou mais complexo (o aluno aprendendo mais ou menos habilidades). Sendo assim, o trabalhador mais qualificado exerce trabalho mais complexo e produz muito mais valor (mais-valia) do que o trabalhador menos qualificado. Dessa maneira, o sistema de ensino vira um espelho das exigências do mercado de trabalho. Admitindo isso, logo descobrimos que os instrutores das instituições de ensino, os professores, são trabalhadores, e trabalhadores que produzem uma mercadoria muito especial, que é o coração do capitalismo, pois é a única que tem a propriedade de criar valor (mais-valia): a força de trabalho. Estes são trabalhadores que produzem novos tipos de trabalhadores. O Capital soube incorporar a educação à sua lógica, de forma a criar sistemas de ensino que funcionam como empresas produtoras de trabalhadores em série, para atender às demandas de mão-de-obra do mercado