Semana de Arte de 22
Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. A obra de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.
Essa exposição nasce em sua essência com a volta de Anita Malfatti ao Brasil. Inspirada pelas vanguardas modernistas européias e propondo novas linguagens artísticas, ela recebeu forte crítica do escritor Monteiro Lobato. Lobato fora, desde o início de sua carreira, um pré-modernista. Irritado com os padrões oficiais de educação e cultura, desvinculou-se das normas padronizadas da literatura, criando um estilo livre, avançado, valorizando a cultura nacional e discutindo temas voltados internamente para os problemas brasileiros. Ele publicou no Jornal Estado de São Paulo o artigo onde dizia como “a senhora Malfatti” tinha se deixado ”…influenciar pela extravagância de Picasso e companhia…” que começou a discussão e a fermentação sobre as novas vanguardas.
Usando como título: “Paranóia ou mistificação – A propósito da exposição Malfatti”, Lobato ataca: “Embora se dêm como novos, como precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu como paranóia e mistificação.” E também “fora deles, nas exposições públicas zabumbadas pela imprensa