Semana 3.1
A estratégia do oceano azul
Na obra A estratégia do oceano azul, os autores, W. Chan Kim e Renée Mauborgne, revelam que Guy Laliberté, ex-acordeonista, ex-equilibrista em pernas de pau, ex-engolidor de fogo e atual CEO do Cirque du Soleil, com um grupo de artistas de rua, vem criando produções desde 1984, tendo recebido 40 milhões de expectadores em todo o mundo. O que torna tal proeza ainda mais notável é que esse crescimento fenomenal não ocorreu num setor atraente. Pelo contrário, surgiu num setor decadente. O poder dos fornecedores, representados pelas grandes estrelas circenses, e dos compradores era enorme. Além do mais, os serviços substitutos, como os espetáculos urbanos, eventos esportivos e diversões domésticas, só cresciam. O sentimento contra a utilização de animais em espetáculos públicos, fomentado por grupos de defesa dos direitos dos animais, dificultava ainda mais o ramo circense. Outro aspecto do sucesso do Cirque du Soleil é o fato de estar avançando sem conquistar fatias da demanda já existente na indústria circense. O Cirque du Soleil não concorreu com o Ringling Brothers and Barnum & Bailey Circus para chegar ao topo. Em vez disso, criou um novo espaço de mercado inexplorado, o que tornou irrelevante a concorrência. Para melhor compreender a façanha do Cirque du Soleil, imagine um universo de mercado composto de dois tipos de oceanos: os vermelhos e os azuis. Os oceanos vermelhos representam todos os setores hoje existentes, é o espaço de mercado conhecido. Já os oceanos azuis abrangem todos os setores não existentes, é o espaço de mercado desconhecido. Nos oceanos vermelhos, as fronteiras setoriais são definidas e aceitas, as regras competitivas do jogo são conhecidas e as empresas buscam uma maior fatia da demanda existente. Os oceanos azuis, em contrapartida, caracterizam-se por espaços de mercado inexplorados, pela criação de demanda e crescimento altamente lucrativo. Nos oceanos azuis, a competição