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2. CONCEITO ATUAL DE FAMÍLIA

Conceituar família nunca se revelou uma tarefa fácil, já que a mesma, se tratando de um sistema dinâmico, é passível as constantes transformações sociais, que por sua vez, acarretarem incontáveis mutações em sua concepção, assim como em sua estrutura e organização.
Segundo Maria Berenice Dias (2009), é difícil encontrar uma definição de família de forma a dimensionar o que, no contexto social dos dias atuais, se insere nesse conceito, já que se faz necessário ter uma visão pluralista, abrigando os mais diversos arranjos familiares contemporâneo, e a convicção de que o papel principal da entidade familiar é o de promover o suporte emocional do indivíduo.
Etimologicamente, a expressão família vem da língua dos oscos, povo do norte da península italiana, famel (da raiz latina famul), com o significado de servo ou conjunto de escravos pertencentes ao mesmo patrão, origem terminológica que, contudo, não exprime a concepção atual de família, servindo, apenas, para demostrar a ideia de agrupamento (FARIAS e ROSENVALD, 2010).
A família não possuía significado idealístico, pois tinha uma conotação patrimonial, vez que dizia respeito à propriedade, designando os escravos pertencentes a alguém, a sua casa, ou, mesmo, a sua propriedade. Prova disso é o fato de que a própria Bíblia Sagrada, no livro Gênesis (cap. 8, versículo 19), narra a afirmação divina feita a Noé: “vem tu com toda tua casa (família) à arca”. (FARIAS; ROSENVALD, 2010).
Em Roma Antiga, a família representava um complexo de pessoas sob o poder de um sui juris, o paterfamilias, o qual era, simultaneamente, o sacerdote, o dirigente e o magistrado, que, além da liberdade e qualidade de cidadão, também detinha a independência de qualquer autoridade familiar. Ressalte-se que, pater significava chefe efetivo e não pai. A ele se subordinavam, até a morte, as pessoas denominadas alieni juris, consistentes na materfamilias, mais precisamente, mulher casada colocada sob o poder do