Sem titulo
As políticas de cotas raciais se tornaram, desde sua implantação, uma das grandes polêmicas quando o assunto é o ensino superior nacional. Ao mesmo tempo em que tornaram possível a entrada de “raças” que foram historicamente excluídas, acirraram as discussões acerca de privilégios raciais. O sistema de cotas raciais apresenta falhas nítidas, mas é uma tentativa de promover justiça e igualdade com povos prejudicados. A questão é se isso realmente faz justiça ou se incentiva as diferenças raciais.
Primeiramente, é preciso levar em consideração o processo sócio-histórico brasileiro que infelizmente acabou excluindo socialmente e economicamente milhares de descendentes de índios e negros que ainda hoje vivem marginalizados. As medidas governamentais são uma forma compensatória de tentar minimizar hoje em dia esta exclusão étnica que fez parte da nossa história econômica e social
De fato, na segunda metade da década de 1990 e na primeira década de 2000, em especial, tivemos inúmeras medidas muito importantes que identifico como resultado de dois aspectos: o primeiro é a resistência histórica de negros e populações indígenas organizadas, de modos específicos, por meio de ações de rua – exemplifico com a primeira Marcha Zumbi à Brasília, em 20/11/1995, pelos 300 anos da Imortalidade de Zumbi dos Palmares, além da Marcha Zumbi+10, em 22 de novembro de 2005, e comMovimento Brasil Outros 500 Resistência Negra, Indígena e Popular, que culminou com uma manifestação na cidade de Porto Seguro, em 22 de abril de 2000. São apenas três exemplos de expressão pública, de rua, que compõem com outras tantas formas de radical contestação à exclusão de que são alvo as pessoas pertencentes ao contingente negro e indígena no Brasil. Com a redemocratização ao longo dos anos 1980, os movimentos ampliaram sua força.
O segundo aspecto é a ampla mobilização mundial contra diversas formas de racismo, discriminação, no período a que acima referido, que afinal são bases para a