sem assunto
Victor Grabois
A leitura do caso de Ana nos faz pensar, refletir sobre nossas práticas, e talvez, mais que tudo, permite a emoção, pois Ana é uma dentre milhões de usuários que, apresentando um problema de saúde, tem que lutar para ser cuidada. Cuidado como expressão de direitos, cuidado como expressão de responsabilização pelo outro, como expressão de diferentes combinações de tecnologias efetivas e adequadas a cada situação e como expressão de um trabalho de equipe, solidário e articulado. Neste capítulo, aprofundaremos a noção de cuidado, o que é um cuidado de qualidade; discutiremos sobre a possibilidade e a necessidade de gerenciar o cuidado, e que ferramentas e arranjos os profissionais e as equipes podem incorporar em seu trabalho para coproduzir um cuidado efetivo e humanizado. Venha conosco nesta viagem, olhando para as unidades de saúde, para seus colegas de trabalho e para dentro de você mesmo, identificando as práticas adotadas e pensando se devemos e como mudá-las, se for o caso.
Conceitos básicos sobre o cuidado
Nos capítulos anteriores, várias vezes nos referimos à noção de cuidado.
Agora, vamos discutir esse conceito de modo mais aprofundado, com base nas definições e classificações de vários autores. Antes, porém, sugerimos que você construa o seu próprio conceito de cuidado.
Para refletir
Como você entende o conceito de cuidado em saúde?
Q ualificação
de
G estores
do
SUS
Ainda que possamos intuitivamente definir o cuidado, dada a complexidade tanto das necessidades apresentadas por cada paciente como do trabalho em saúde, é interessante observar como diferentes autores apresentam suas definições e/ou classificações quanto ao cuidado.
Para Cecílio e Merhy (2002),
O cuidado de forma idealizada, recebido/vivido pelo paciente, é somatório de um grande número de pequenos cuidados parciais que vão se complementando, de maneira mais ou menos consciente e negociada, entre os vários